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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Uma mera brincadeira?!

Este país ensandeceu. Não há outra explicação. Eu até admito que a intenção do aluno que apontou uma arma (de brinquedo, mas isto só se soube depois) à cabeça da professora fosse lúdica. Para ele, no momento, pode ter-se tratado mesmo duma brincadeira. Sucede, porém, que isto é de todo irrelevante.

O facto objectivo é que um aluno apontou uma arma (de brinquedo) à cabeça duma professora. Sentiu-se autorizado a fazê-lo porque se tratava, na cabeça dele, duma "brincadeira". Se estava autorizado a isto, a que mais estará autorizado? A que mais se sentirão autorizados outros alunos, noutras escolas?

Conheço vários sistemas educativos, e nem me passa pela cabeça que nalgum deles um episódio semelhante ao que se passou na Escola do Cerco não fosse considerado gravíssimo. Nos de tradição anglo-saxónica, onde as punições são mais duras, aquele aluno estaria neste momento a lutar em tribunal para não ser condenado a vários anos de cadeia. Noutros países, onde as punições são mais brandas, mas também mais expeditas, estaria já internado numa instituição para jovens delinquentes.

Se um dia, neste país de loucos, a pistola for a sério e a professora for morta, espero que aqueles que agora desdramatizam tenham ao menos a dignidade de assumir a sua parte na culpa.

9 comentários:

Anónimo disse...

A brincar, a brincar... é que o macaco foi à mãe.

RioDoiro disse...

Vejamos quantos grupos de professores vêm, à praça pública, defender o que o JLS defende.

Uma aposta que não se passará das palavras de Mário Nogueira (sem consubstanciar)?

Para além de uma advertenciazita ou de uma transferência de escola (onde chegará como herói), nada se passará.

... E nem uma ameaça de grevezita virá à tona. Nem uma manif contra a violência.

Depois, não esquecer, que os professores não lutam apenas por motivos económicos.

.

Anónimo disse...

Caro-Range-o-Dente:

Precisamente porque o Mário Nogueira se tenta cingir às questões laborais (o que de resto seria perfeitamente legítimo se existisse uma Ordem dos Professores para tratar das outras questões) é que está a levar um enorme apertão das bases. Estas estão, pode acreditar, muito, mas muito preocupadas com a violência nas escolas.

Se você não as vir na praça pública a protestar contra a violência, não é porque não queiram lá ir: é porque ainda não encontraram a liderança de que precisam e que estão a fazer todos os esforços para formar.

Mas não tome os professores por estúpidos: seguirão o Mário Nogueira enquanto não tiverem alternativa melhor, e enquanto encontrarem na agenda dele zonas de intersecção com a sua; mas sabem perfeitamente que as duas agendas não coincidem.

Quanto ao dilema do Mário Nogueira, espero que você aprecie a ironia: para ter poder precisa duma base enorme entre os professores; mas o barco em que está é o mesmo em que está a Ministra, e esse tem rombos por todo o lado.

RioDoiro disse...

Caro JLS,

Muito embora eu não seja católico, Deus o oiça.

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Isabel disse...

O seu post é tão completamente autista que hesitei em sequer comentar. Primeiro como educador é grave que defenda que brandamente um aluno que apontou uma pistola de plástico a uma professora (atitude grave e incorrecta) deva ser internado num IRS ou quejandos, o que seria a forma mais expedita de transformar um "brincalhão" num delinquente. Depois e para não gastar mais tempo deixo-lhe um comentário que fiz noutro blog. e poderia ficar aqui a dar exemplos até ao infinito. O José Luiz dá aulas na Maia, ou arredores? Não acredito!
Um bocadinho de honestidade mental não ficava mal a si e aos seus colegas.
Sempre soube que a memória é curta, mas tanto! É verdade, a única diferença é que agora há tm e filmes no youtube. Há mais de 10 anos ouvi com os meus ouvidos um aluno no recreio de uma escola mandar uma professora para a puta que a pariu e a professora nem pestanejou, não apareceu no youtube. Há quase 20 anos um aluno ameaçou-me em frente aos colegas que me partia as trombas se eu lhe marcasse uma falta disciplinar, o aluno teve um dia de suspensão e eu fui avisada para não sair sozinha da escola porque ele era capaz de cumprir a promessa, não havia youtube. Desde que me conheço que alunos largam "bombas de mau cheiro " dentro das aulas no carnaval, não havia youtube. De há muitos anos que oiço histórias de estagiários que abandonam o estágio a meio por não aguentarem a indisciplina dos alunos. Nomeadamente no Infanta Dona Maria dos rankings e que serve uma população privilegiada, tem mais de 10 anos a história de uma estagiária que era perseguida nos corredores pelos alunos que simulavam um enxame de abelhas, a estagiária abandonou o estágio a meio, não havia youtube.

Anónimo disse...

O que quer que lhe diga, Isabel?
Só lhe posso dizer que quando a pistola for a sério e a professora for morta, você será uma assassina.

PS: Sabe o que quer dizer "autista"?

Isabel disse...

Autismo segundo a wikipedia - É uma alteração cerebral que afecta a capacidade da pessoa comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente - segundo as normas que regulam estas respostas.

Anónimo disse...

Então, Isabel, o meu post não é autista. Comunica adequadamente a ideia que o seu autor quis comunicar, estabelece relações com os leitores e dá uma resposta perfeitamente apropriada ao que aconteceu na escola do Cerco.

Autista parece-me a atitude de quem não percebe que apontar uma arma à cabeça de alguém é errado, e que continua a ser errado se a arma for a fingir - a menos que se esteja no recreio, entre colegas, e a pessoa a quem a arma é apontada saiba à partida que é um brinquedo. Neste caso, sim, é uma brincadeira.

No caso em apreço, foi um delito.

Anónimo disse...

Estive fora disto tudo e não conheço os contornos da cena.Não foi mesmo encenação com colaboração da professora? Quem gravou? Quem pôs na net? Para que pôs?
Acho que estas coisas só podem ser analisadas no local do acontecimento. Só a escola pode conhecer o enquadramento e tratá-lo.
E com tudo isto relembrei, pesarosa, um acontecimento. Quando começaram as tontas substituições com plano e andei a "dar" as aulas do professor de música que fora casar-se, às tantas deparei com uma turma de 5º ano que fez logo uma daquelas entradas surrealistas. De repente optei por "matar" um dos putos - indicador e médio apontados, agora está morto, não fala, não mexe, só respira. Aderiu à sua condição defunta e mais três quiseram o papel."Matei-os" logo, radiante. Como por falta de meios e de competência minha o plano era incumprível, só quando consegui encontrar uma atividade que agarrou a turma é que os ressuscitei. Foi o modo de sairmos todos vivos dali mas agora, com estas discussões, estou cheia de problemas "pedagógicos". O que me vale é que sou o terceiro ou quarto ou quinto elo.A minha culpa vem depois da do Sócrates, da ministra, do drel, da pce que me obrigaram àquele desatino.