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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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segunda-feira, 22 de março de 2010

"DIE LINKE": novo programa

A presidência conjunta de Oskar Lafontaine e Lothar Bisky apresentou anteontem em Berlim o novo programa do partido "DIE LINKE" (em português, A Esquerda). Passo a traduzir o preâmbulo, para que não se pense que a Alemanha é um gigante monolítico, onde todos se reconhecem nas políticas neoliberais de Angela Merkel, onde as esquerdas europeias não têm aliados e ao qual, por conseguinte, não vale a pena tentar resistir:

DIE LINKE representa alternativas para um futuro melhor. Não somos e não seremos como aqueles partidos que se submetem com devoção aos desejos do poder económico e são, precisamente por isto, quase indistinguíveis uns dos outros. Prosseguimos um objectivo concreto: lutamos por uma sociedade em que nenhuma criança tenha que crescer na pobreza, em que todas as pessoas vivam na paz, na dignidade e, socialmente, em segurança e possam dar forma democraticamente às relações sociais. Para aqui chegar precisamos de outro sistema social e económico: o socialismo democrático.

6 comentários:

Josefina Maller disse...

Os discursos dos políticos, de todos os políticos (de esquerda ou da direita) são tão velhos, tão velhos; ouvimos há tanto tempo falar do mesmo, que me apetece perguntar: então por que não se cumpre o que se promete? Então por que é que o mundo continua um caos cada vez mais caos?

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Josefina, se pensarmos que são todos assim, ficamos imobilizados: o melhor é submetermo-nos a tudo porque não há alternativa.

Não podemos confiar cegamente em político nenhum, mas devemos esforçar-no por confiar neles na medida do possível.

Oskar Lafontaine tem pelo menos uma boa credencial: saiu do Partido Social-Democrata alemão porque este tinha abandonado a social-democracia. Pelo mesmo motivo há em Portugal socialistas que estão a distanciar-se do PS.

Uma decisão como esta não é fácil nem indolor. Quem a toma merece da nossa parte pelo menos o benefício da dúvida.

setora disse...

Há quem ande à procura da alternativa que tem de existir.
Mas temos as cabeças formatadas por este sistema social e económico e isso prende-nos a modelos já gastos e torna a procura difícil.

O que parece ficar cada vez mais certo é que para a saída não há heróis nem grupos de acção privilegiados. Políticos - da tal polis - teremos de ser todos.

Nan disse...

E, sobretudo, não há homens providenciais. Os homens providenciais costumam «providenciar-se» apenas a si mesmos, com um completo e soberano desprezo por todo o resto da Humanidade. O que é particularmente doloroso de ver é a colecção patética de políticos e de economistas que, depois de virem recitar o mea culpa pela crise e afirmar que nunca, oh nunca mais!, o capitalismo seria como já foi, estão a envidar os seus altos esforços para que o capitalismo volte a ser o que já foi. E lá nos vão dizendo «não há alternativa»...

Josefina disse...

Meu caro José Luiz Sarmento, peço desculpa por discordar de si e concordar com as senhoras que aqui fizeram os seus comentários. Claro que não podemos ficar imobilizados.
Mas gostaria que me respondesse a uma questão (e vou ater-me ao nosso país, que é o que mais me interessa): depois do 25 de Abril (digo depois, porque não vale a pena falar no antes, pois não tínhamos voto na matéria)qual dos políticos que têm passado pelo Governo, fez algo de bastante visível pela estabilização, pela economia, pela melhoria de vida, pelo fim da pobreza, pela evolução, pela educação, pela saúde, enfim, por colocar Portugal ao nível, ou pelo menos tirá-lo da cauda da Europa? Com o meu voto, dei sempre oportunidade aos nossos políticos para fazerem alguma coisa que se visse. E até hoje nada vi que me desse razões para eu acreditar que há um futuro.

António disse...

(José Luiz, costumo comentar os seus posts no Buzz, mas estou a ver que aqui a conversa é mais interessante...)

O que lá pus foi:
O drama, José Luiz, é que esta declaração de intenções poderia ser subscrita por qualquer partido europeu. Apesar de depois os vermos - debaixo das nossas barbas - a vender a alma ao diabo.
Mas, enfim, é sempre bom ouvir alguém proclamar palavras de resistência ao pensamento único... Manter a chama acesa. A humanidade que nos resta.