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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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quinta-feira, 4 de março de 2010

Na escola do Leandro

Abri há minutos o ProfBlog e deparei com este texto indignado do Ramiro. Li a acusação que ele fez a parte dos blogues de professores por não se terem interessado suficientemente pelo assunto; e, apesar de o meu blogue não ser exactamente um blogue de professores, senti-me atingido pela acusação.

Tens razão, Ramiro: foi imperdoável não termos reagido todos no tempo certo nem com a veemência necessária. No que me diz respeito, penitencio-me; e quanto a ti, presto-te a homenagem que mereces pela tua indignação e pelo teu desassombro.

O Leandro foi vítima vezes demais. Foi vítima, não sabemos quantas vezes, da violência e da crueldade de alguns colegas; foi vítima da inércia da direcção, dos professores e dos funcionários da escola; talvez tenha sido vítima da mentalidade do "só lhe faz bem, faz dele um homem"; e para cúmulo foi vítima, mesmo depois de morto, do supremo insulto da indiferença.

Não sei se esta indiferença se deve, da parte da escola, à insensibilidade dos seus responsáveis ao ao medo de perder pontos na avaliação e nos rankings. Se se tratar da segunda hipótese, ainda é pior que a primeira.

Se a coragem é a primeira das virtudes, é porque sem ela as outras virtudes não passam de bons sentimentos: fazem com que quem os experimenta se sinta bem, mas não contribuem em nada para promover o bem ou evitar o mal.

Aos responsáveis da escola do Leandro, aos seus professores e funcionários, deixo aqui um pedido: não se fiquem pelos bons sentimentos, que não interessam a ninguém. Cuidem antes de fazer todo o possível para que o Leandro não venha a ser de novo uma vítima, desta vez da impunidade dos seus torcionários.

1 comentário:

com senso disse...

Este tristissimo caso é complexo demais e, se de facto a escola poderá não ter estado à altura de um problema que se degradou até este terrível desfecho, a verdade é que é preciso dizer que os torcionários (termo com que concordo absolutamente) são jovens com pais e mães, ser seres humanos que têm atitudes desprezíveis numa fase da vida em que deveriam ter um acompanhamento próximo.

As famílias desses torcionários são tão ou mais responsáveis do que a escola e deveriam neste momento ser "chamadas à pedra".

Se aquilo que estão a produzir não são seres humanos respeitáveis, mas sim criaturas próximas do estado animal, então não deveriam ter esses filhos a seu cargo!

O sistema educativo tem que estar atento, mas o problema é mais fundo, pois quem tem a obrigação de EDUCAR são os pais e o que se verifica é que há demasiados que não estão minimamente à altura da sua missão....