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Isto intrigou-me, como não podia deixar de ser; como também me intrigou, confesso, o longuíssimo e excêntrico título do andamento: Molto Adagio (Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit; in der lydischen Tonart) Andante (Neue Kraft fühlend) Molto Adagio (Mit innigster Empfindung).
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Passaram os anos e as décadas. Ouvi muita música durante esse tempo: em cassetes, em LP's, em CD's, ao vivo. A Grosse Fuge, que também faz parte do disco que vêem por cima aqui ao lado, ouvi-a pela primeira vez numa sala de concertos em Milão; mas nunca ouvi ao vivo o Opus 132. No primeiro ano de funcionamento da Casa da Música foi programada a integral dos quartetos de cordas de Beethoven e Shostakovitch, pelo mítico Quarteto Borodin: comprei a assinatura, ouvi-os todos - mas uns meses antes do último espectáculo, em que se havia de tocar o Opus 132, um dos membros do quarteto partiu um pulso e o espectáculo foi primeiro adiado e depois cancelado. Não cheguei a ouvir o Heiliger Dankgesang.
Também nunca cheguei a ouvir ao vivo o Concerto de Violino Opus 61. Espero ainda ter essa oportunidade. A Sonata «Primavera», último elemento do meu trio mágico, essa já a ouvi ao vivo; e estou a ouvi-la agora nos auscultadores enquanto componho este post, interpretada por Takako Nishizaki ao violino e Jenö Jandó ao piano. Será impressão minha, ou esta sonata é melhor que Prozac? O facto é que nunca falha: ouvi-la deixa-me sempre sereno e feliz.
E é assim: quando me perguntam pelo meu compositor preferido, hesito sempre entre Beethoven e Mozart; mas quando me perguntam pelas minhas composições preferidas, as que ponho em primeiro lugar são sempre de Beethoven. Claro que há a Flauta Mágica e o Don Giovanni de Mozart, mas para mim a ópera é teatro antes de ser música. E para vocês que me lêem como é que tudo isto funciona?
2 comentários:
Bem, há uns blogs que põem umas musiquinhas para nós ouvirmos...
Não temos direito a nada?
Já que pergunta...
O meu preferido é Dvorak.
É sempre bom ler opiniões sobre música clássica. São raras, especialmente neste universo dos blogs.
Foi um post refrescante. Obrigada.
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