Vinte e oito economistas mediáticos assinaram um manifesto contra os grandes investimentos públicos. Há outros que são a favor; mas, como não são mediáticos, não os conhecemos.
Conhecemos estes. São os mesmos que nos andam a dizer há anos, do alto da sua autoridade mediática e da sua credibilidade politicamente certificada, que temos que trabalhar cada vez mais e ganhar cada vez menos, em empregos cada vez mais precários, para que a utopia neoliberal se possa cumprir - e isto apesar de vivermos num mundo em que o avanço tecnológico torna cada hora de trabalho cada vez mais produtiva.
A nós, pobres leigos, só nos resta inclinar humildemente a cabeça e murmurar credo quia absurdum.
O que eles nos vendem como ciência não é ciência, é propaganda política. E no cerne desta propaganda está o slogan terrorista por excelência: o «não há alternativa» de Margaret Thatcher.
Mas a mentira tem pernas curtas e cada vez se vai tornando mais óbvio que há alternativa; e autorizada, e credível. Podem ser encontrados exemplos AQUI, AQUI,
AQUI e AQUI.
Quando me foi diagnosticada uma doença grave, o meu médico disse-me que a Medicina não é uma ciência exacta; e consequentemente, embora a autoridade científica fosse dele e dos seus colegas, todas as decisões eram minhas. Se a Medicina não é uma ciência exacta, muito menos o é a Economia. Se não aceito amputar uma perna baseado na opinião de um só médico, muito menos aceito resignar-me à insegurança económica, à desigualdade e à pobreza baseado na opinião de um grupo de economistas, todos da mesma área política e da mesma escola, e ao serviço dos mesmos interesses.
Agora que o corpo político de que faço parte está doente, e sabendo que estes economistas de mediática autoridade contribuíram no passado recente para agravar esta doença, tenho legitimidade para lhes dizer: não suba o sapateiro acima da chinela. A Economia pode ser convosco, mas a Política é comigo e com os meus concidadãos.
Blogue sobre livros, discos, revistas e tudo o mais de que me apeteça escrever...
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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.
..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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2 comentários:
Acresce que existe ainda a questão do “timing”!
Então só agora, a escassos meses das eleições, é que estes “sábios” da economia se lembraram do elaborar o dito documento? Em que país terão estado a viver?
O José Luiz em grande forma.
Abraço.
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