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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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domingo, 2 de março de 2008

A mesma proposta (versão 2)

Nesta versão a proposta está mais elaborada do que na versão anterior, mantendo-se a preocupação de fazer do ensino o núcleo duro da nossa deontologia profissional.


(Ainda ficaram alguns pormenores por corrigir, como o facto de a ficha no princípio nos chamar docentes em vez de professores, que é o que somos com muita honra; mas enfim, não vale a pena mexer-lhe mais.)

4 comentários:

RioDoiro disse...

Tenho estado a meditar sobre a razão porque não me tem soado bem o protesto relativo ao alto coeficiente burocrático do processo de avaliação (acusação corrente).

Estou de acordo que é um pesadelo.

Mas, curiosamente, não me recordo de ouvir similares protestos sempre que, um acréscimo de burocracia, era acompanhado de dispensa de horas de aulas.

Aliás, os sindicatos adoram estas coisas: provoca falta de professores e mais malta pode entrar no estado e fileiras sindicais.

Já se deve perceber onde quero chegar. O protesto, no sentido em causa, teria a homogeneidade que tem se os avaliadores fossem dispensados de outras tarefas (dar aulas, por exemplo)?

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JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Cargos como Director de Turma, Delegado de Disciplina ou Coordenador de Departamento são muito trabalhosos; e se forem exercidos conscienciosamente, como habitualmente são, a redução de horas lectivas não cobre nem uma parcela desse trabalho acrescido.
Também os avaliadores vão ter reduções nos seus tempos lectivos que não vão chegar para cobrir o trabalho que vão ter. E além dos avaliadores, praticamente toda a gente na escola vai estar envolvida no processo sem que tenha por isso qualquer redução.
Mesmo que estas reduções fossem suficientes para cobrir o acréscimo de trabalho que a avaliação implica, cá estaríamos de novo perante o problema que me tenho fartado de denunciar: nas escolas trabalha-se demais mas ensina-se de menos.
E não é só a monstruosa burocracia da avaliação dos professores a produzir este efeito, são também as outras burocracias, igualmente monstruosas, que a fúria legislativa e reguladora do Ministério anda a engendrar há décadas.
A escola, que devia produzir ensino, quase só produz papéis. Esta ministra não criou este problema, limitou-se a agravá-lo; mas ao fazê-lo deve ter transposto, sem que ninguém se apercebesse, um limite qualquer que desencadeou toda a contestação a que assistimos hoje e que há muito tempo estava contida mas pronta a explodir.

RioDoiro disse...

"nas escolas trabalha-se demais mas ensina-se de menos."

Estou perfeitamente de acordo.

"são também as outras burocracias, igualmente monstruosas,"

Direi mesmo, monstruosas e inúteis no sentido de contra-producentes e prejudiciais (provavelmente o seu termo monstruosas abrange a faceta que apontei).

Mas continuo a ser assaltado pela dúvida: se houvesse uma redução de horário lectivo efectivamente compensatório do trabalho burocrático extra, haveria contestação?

Eu seu que dar aulas a alunos a quem a legislação tem, por força dos efeitos que produz, vindo a transformar em escumalha é penoso em muito mais que circunstâncias explicáveis (mesmo que com uma enorme dose de boa vontade). Mas também me parece difícil de negar que a escola 'inclusiva' 'compreensiva', 'em função das especificidades', 'que tudo justifica como sendo resultado de algo em a sociedade é culpada', era coisa que provocava (se calhar ainda) um 'shame on you' atirado aos que se tentavam opor e vindo justamente dos colegas.

Haverá mais gente que tenha compreendido o logro em que terá caído, mas, haverá massa crítica para provocar uma reversão?

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JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Meu caro, os professores são todos diferentes uns dos outros. Há uns que perante a sobrecarga burocrática concentram a sua atenção e esforço nos alunos e é preciso estar sempre a chamar-lhes a atenção para a papelada que ficou por tratar. Há outros, pelo contrário, para quem a burocracia é uma oportunidade soberana para não se dedicarem ao ensino e às turmas, e é vê-los, sempre muito atarefados, sempre com a legislação na ponta da língua e montes de papéis debaixo do braço, a mostrar a toda a gente que eles é que são bons.
Outros ainda fazem tudo por tudo para conciliar o inconciliável: são os que se matam a trabalhar.
Por isso, não sei o que aconteceria se houvesse uma redução do serviço lectivo para compensar a sobrecarga burocrática. Haveria quem contestasse, mas também haveria quem ficasse contente, e não tenho elementos para dizer qual dos dois grupos prevaleceria.
Em todo o caso, a minha opção nunca seria reduzir o ensino para acomodar a burocracia, mas exactamente o oposto.