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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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segunda-feira, 10 de março de 2008

Emídio Rangel e os professores

Emídio Rangel ofendeu-me gravemente duas vezes. A primeira foi há alguns anos, era ele director da SIC: interrogado, numa entrevista, sobre os efeitos sobre os jovens da violência televisiva, respondeu: "Mas então para que serve a escola?"

Ou seja: ele, Emídio Rangel, reserva-se o direito de fazer seja o que for para ganhar dinheiro; e à escola compete desfazer o mal que ele faz.

No sábado passado ofendeu-me de novo, com um artigo no Correio da Manhã que é de fio a pavio um bolsar de alarvidades. Não me ofende que Rangel dê a entender que mais de metade dos professores são comunistas: interrogo-me apenas sobre o que é que anda a fumar ou a chutar para a veia. Mas ofende-me ao escrever que os professores presentes na manifestação do dia 8 de Março - mais de metade dos que exercem a profissão em Portugal - são "pseudo-professores que trabalham pouco e ensinam menos".

O Sr. Rangel é detentor, presumo, duma carteira profissional de jornalista. Essa carteira confere-lhe o dever, julgo eu, de antes de fazer uma afirmação tentar verificar se é verdade. O seu estatuto proíbe-o, imagino, de fazer afirmações, e ainda por cima ofensivas para toda uma classe profissional, baseado apenas no que ouviu dizer em conversas de café.

Se o Sr. Rangel se tivesse informado sobre as tarefas que cabem aos professores - e era fácil, bastava-lhe visitar uma ou duas escolas e falar com a primeira pessoa que encontrasse - teria verificado que a maior parte não só trabalha muito, como trabalha demais. Quanto ao ensinar pouco, depressa se daria conta que uma das principais razões da revolta dos professores está precisamente em não lhes ser deixada margem para ensinar e estudar - as duas tarefas que num mundo racional seriam para eles prioritárias.

O Sr. Rangel, se tivesse vergonha na cara, nunca usaria a palavra "hooligan" para se referir a ninguém, nem mesmo aos verdadeiros hooligans. Mas o ódio cega: destrói a capacidade de autocrítica e promove a desfaçatez.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sabe, é necessário também perceber as coisas de outra forma.

O sr.Nuno Santos ex-responsável pela programação da RTP saiu da estação há coisa de um mês para ir trabalhar para a SIC.

O sr Nuno Santos,e o sr Rangel não tem boas relações.

A RTP tem, pois... um lugar vago.

Um mês após um lugar estar vago o sr Rangel profere afirmações contra uma classe profissional com a qual o governo está em guerra aberta.

Afirmações favoráveis ao governo.

Quem nomeia a administração da RTP é o governo.

Anónimo disse...

José Luiz, li o seu texto e agradeço-lho! O Sr. Rangel deu, mais uma vez, prova do cacique e alarve que é!

Um abraço!

Rui Godinho disse...

O pseudo-senhor Rangel não vale um costelo (para não dizer uma ....a), é oportunista (ganha quanto pode e nem sempre da maneira mais correcta), é falho de ética (insulta do piorio os seus próprios colegas de profissão) e anda no mundo da lua (nem se informou das verdadeiras razões dos professores).
Pica-lhe a cevada na barriga???!!! Há-de ter um fim triste...
Se eu pudesse rogar pragas, esse "homúnculo" passaria quinze dias com uma daquelas diarreias bem fortes!

O Bengalão disse...

Oh Rui, rogue-lhe pragas, que ele merece, mas a da diarreia não. Desde que o conheço que o não tenho visto produzir outra coisa senão aquilo que a gente sabe...