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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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quarta-feira, 4 de julho de 2007

Outra vez o fumo passivo

O leitor Azul Neblina, físico de formação, comentou assim o meu post Irracionalismo e Proibicionismo:

«Se acha que o fumo passivo não faz mal...»

Deixo aqui a minha resposta:

Sei que o fumo passivo faz mal, mas também sei várias outras coisas.

Sei que o fumo passivo nunca pode fazer pior a uma pessoa do que lhe faria o fumo activo (e era disto que se tratava).

Em relação a duas ou mais pessoas que estejam no mesmo espaço, sei que a probabilidade de o fumo passivo fazer mal à que não fuma é muito mais baixa do que a probabilidade do fumo activo somado ao passivo fazer mal à(s) outra(s), que fuma(m).

Sei que o risco para o fumador passivo varia com as dimensões do espaço, com a sua ventilação e com o tempo de exposição ao fumo.

Por outras palavras: num cubículo fechado de 15 metros cúbicos e sem ventilação, em que um não fumador permaneça oito horas na companhia de dez fumadores, o risco para ele é muito mais alto* do que numa sala ampla e ventilada de 400 metros cúbicos em que ele permaneça durante uma hora na companhia de um só fumador. Penso que se um filólogo de formação entende isto, um físico de formação também tem obrigação de entender.

Falar deste assunto e legislar sobre este assunto como se o risco fosse sempre o mesmo em todas as circunstâncias é desonesto e irracional. E no entanto é precisamente isto que faz a propaganda contra o fumo passivo - a ponto de levar pessoas com formação científica a dizer que ele é pior, repito, pior, do que o fumo activo.

Se a segurança absoluta existisse, eu optaria pela segurança absoluta. Como não existe, tento calcular e escolher os riscos (por exemplo, optar entre o risco para a minha saúde física de estar numa sala ampla e ventilada com uma pessoa que fuma mas não me chateia, por um lado, e por outro o risco para a minha saúde mental de aturar várias pessoas que não fumam mas me chateiam desalmadamente).

Mas quero ser eu a optar, não quero que outros optem por mim.

* Para não falar no risco de envenenamento por monóxido de carbono. Em todo caso, esta seria uma situação que eu tenderia a evitar, não só em razão dos riscos, mas também por não querer ficar com a roupa a cheirar a sarro de tabaco.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu também quero optar, não quero que optem por mim!!Não fumo nem quero ser obrigada a fumar...