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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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domingo, 6 de abril de 2008

Proposta de luta

Com greves às sextas-feiras não vamos lá. Nem com greves só de um dia.

Mas nada impede um sindicato de entregar um pré-aviso de greve por um período muito longo - de 1 de Maio a 30 de Setembro, por exemplo - e organizar os professores para durante esse tempo darem as suas aulas, fazerem a avaliação dos alunos, e mais nada: nem reuniões, nem tarefas de direcção de turma, nem visitas de estudo, nem substituições, nem actividades extra-curriculares, nem nada. Mesmo as reuniões de Conselho de Turma não se realizariam: em vez disso cada professor entregaria as suas propostas de avaliação no CE, ou introduzi-las-ia no sistema informático, e a administração de cada escola que fizesse o que entendesse com elas.

Os professores dariam aulas, estudariam e avaliariam os alunos; para tudo o resto estariam em greve. Será que isto poderia funcionar? Imaginem os títulos nos jornais: PROFESSORES EM GREVE DÃO AULAS. E imaginem o que é que acontecia à «avaliação do desempenho», sobretudo se esta greve se prolongasse por todo o próximo ano lectivo...

12 comentários:

Anónimo disse...

Esse seria o sistema quase perfeito.

Abraço Paulo Prudêncio.

ablogando disse...

Ora aí está! Também ando nessa há muitos anos!

Anónimo disse...

Isto só vai com posições mais radicais. Há podridão por todo o lado e os portugueses parecem ter-se habituado a viver no pior dos mundos - o da lama podre e mesquinha do seu pequeno dia a dia. Já não sabem o que é viver com dignidade e honestidade. Só uma acção patriótica nos pode libertar da tragédia que se afigura cada vez mais inevitável.

RioDoiro disse...

Muito bem.

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FernandoRebelo disse...

Tudo bem. Plenamente de acordo. E o serviço de exames?

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

O serviço de exames, se for de alunos internos, cabe na tarefa de avaliar. Se for de alunos externos penso que o professor em greve deve faltar.

Amélia disse...

Recebi de uma amiga a quem enviei o seu post:

«A proposta, à primeira vista, pareceu-me exequível. No entanto, as faltas às reuniões de avaliação e exames só podem se justificadas por atestado médico ou por outras razões previstas na lei e podem dar azo a requisição civil. Talvez seja de consultar um especialisata em direito administrativo.
É verdade que a constituição de turmas, a elaboração de horários, se não fosse feita, encravaria o arranque do próximo ano lectivo, mas é uma pequena parte dos professores que faz estas tarefas e até há escolas onde é o Executivo que as faz.»
Por mim, muito à la Thoreau, acrescentaria ainda:

«Acho que os professores deveriam talvez enveredar por greves de zelo que passariam, entre outras modalidades por recusa de fazer mais de 35 horas; o que não pudesse ser feito nessas horas ficava por fazer respeitar rigorosamente o mandamento da lei de deus que proíbe trabalhar ao domingo (nestas alturas dá jeito a religião maioritária na Europa)recusa de pagar papel, tinta, caneta, borracha, tinta para computador não usar computador que não estivesse disponível na escola ou só usar o que o estado e a tmn oferecem revistar os meninos e meninas em busca de telemóveis ou armas não ter como preocupação maioritária o cumprimento de programas finalmente: dar nota máxima a todos os alunos e fazê-lo saber...manifs. e debates fora do horário e,no caso de manifesta
ções, silenciosas em cada terra ou escola.
Outra coisa: nos exames fingir que se faz vigilância...»
Pelo menos dava um certo «gozo» interior...
Não me levem muito a sério, mas no que afirmo há sempre uma dose de seriedade...

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Para inviabilizar a formação das turmas e a elaboração dos horários nem sequer é preciso ninguém fazer greve: basta que toda a gente, incluindo os Conselhos Executivos, faça finca-pé em fazer as férias a que tem direito.
Quanto à requisição civil, se o governo for por aí nós obedecemos. Mas para ir por aí terá que admitir uma coisa que os professores dizem há muito tempo e que o ministério nunca quis reconhecer: que os professores trabalham muito em tarefas que nada têm a ver com o ensino. Ou seja, em termos de opinião pública tanto ficaríamos a ganhar com requisição civil como sem requisição civil; e o governo sairia sempre derrotado.

Anónimo disse...

"Conselhos Executivos, faça finca-pé em fazer as férias a que tem direito": está é interessante. Durante quase dez anos não gozei metade das férias a que tinha direito. Porquê? O sistema escolar estava sempre em regime de instalação. Como antes e como agora.

Abraço do Paulo Prudêncio.

Anónimo disse...

Ideia fantástica e original.
Os sindicatos jamais seriam capazes de imaginar tal forma de luta. Será que alinham?

Mena disse...

Concordo plenamente! Vamos a isso!

Anónimo disse...

Chamem-me derrotista, pessimista ou o que vos apetecer, mas quanto a mim, auto-clssifico-me de realista - era giro que isto ou algo similar se pudesse levar a efeito. Porém, como uma espécie de "advogado do diabo" (e já estou a ouvir alguém a dizer "vira p'ra lá essa boca") gostaria apenas de lembrar que basta que uma escola não adira em condições significativas, para a Sinistra, quer dizer, a Ministra (este meu teclado é estranho - cada vez que percebe que eu quero escrever esta palavra, troca-me sempre as voltas e sai um S em lugar de M) afirmar que "há escolas onde tudo está a decorrer com normalidade e até já estaão a..." qualquer coisa...
Cumps A Pereira