Não sabemos ainda quem vai ser o próximo ministro da educação, mas sabemos já uma coisa em relação a ele: quando tomar posse, a primeira coisa que os professores vão fazer é sujeitá-lo a uma avaliação diagnóstica.
Não será uma avaliação emaranhada, irracional, vingativa, opaca, ideologicamente motivada ou determinada por qualquer agenda oculta. Os professores sabem melhor que ninguém que uma tal avaliação seria contraproducente e lesiva, não só dos seus próprios interesses, como dos da Escola e da República.
Será uma avaliação com poucos parâmetros, e transparentes. Sabe o senhor ministro o que é uma escola e para que serve? Vê a escola como uma instituição da República, ou, de um modo redutor, como uma empresa ou repartição pública? Tem o senhor ministro como prioridade o ensino? Tem o senhor ministro alguma noção da carga de trabalho dos professores? Caso tenha, está disposto a não mentir sobre ela ao País? Tem algum plano exequível para a reduzir significativamente com base numa hierarquia de prioridades que seja racional e reflicta verdadeiramente (em vez de o invocar em vão) o interesse público?
Terá finalmente a humildade de entender que ele, o seu ministério e a burocracia que o sustenta são elementos acessórios do sistema, mas os professores e os alunos são elementos essenciais? Eu sei que esta humildade é difícil para um político, mas neste caso tem que ser: ou o próximo ministro da educação faz dela a base do seu trabalho, ou fracassará como todos os outros antes dele.
Os professores vão estar atentos. Vão avaliar cuidadosamente o ministro. E esta avaliação terá consequências. Se o senhor ministro passar, os professores trabalharão com ele para conseguir um ensino melhor. Se chumbar, trabalharão contra ele para que o ensino não piore ainda mais.
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2 comentários:
Muito bem, José. Vamos estar atentos!
Concordo!Devia ser obrigatório que um ministro da educação soubesse pelo menos responder a estas perguntas!
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