Graças a um comentário do Jorge do Fliscorno ao meu artigo anterior, fui dar com este artigo do Desidério Murcho, que me passou despercebido quando apareceu no PÚBLICO há cerca de oito meses. Há anos que defendo que qualquer melhoria real e perceptível do nosso sistema de ensino passa necessariamente pela extinção do Ministério da Educação. O problema não é a Ministra, é o Ministério - embora o Desidério tenha razão quando escreve que a senhora que actualmente está ministra é uma boçalidade.
É bom saber que a minha ideia anda também noutras cabeças, incluindo algumas bem mais autorizadas do que a minha. Talvez um dia esteja em todas.
Só não concordo com o Jorge quando ele afirma que a extinção do Ministério enfraqueceria o Estado: enfraqueceria, sim, a burocracia estatal, que não é exactamente a mesma coisa; e enfraqueceria toda uma rede de interesses, alguns deles privados, que parasita o sistema. Quanto ao Estado (entenda-se aqui Estado Democrático), ficaria talvez fortalecido.
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2 comentários:
Concordo inteiramente. Perdi todas as ilusões relativamente ao ME quando, enquanto professor do secundário de Físico-Química, pedi uma equiparação a bolseiro para fazer mestrado em Física (ainda pré-Bolonha) e, resumidamente, me foi dito na ficha de avaliação da candidatura, que não era pertinente para a minha actividade como docente. Se me tivesse candidatado na área da gestão escolar, da "Educação para a Cidadania", ou das ciências da educação, as probabilidades de obter a bolsa seriam, sem dúvida, bem mais elevadas.
O ME é um monstro burocrático que asfixia o ensino do nosso país.
Ah mas estamos mesmo de acordo, porque o estado enfraquecido a que me refiro é o estado do poder. O Estado Democrático, usando caixa alta para os distinguir, esse sim, sairia reforçado.
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