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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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terça-feira, 11 de novembro de 2008

É o Ensino, Estúpida!

Tanto se me dá que quem enfia este barrete seja a Ministra ou sejam alguns dirigentes sindicais. Quem não o enfiará, de certeza, são os professores que se manifestaram no dia 8 nem os que se vão manifestar no dia 15. Porque para estes o que conta é, efectivamente, o ensino.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Contra os Sindicatos?

O autor do blog (Re)Flexões acusa-me, como de resto acusa toda a gente que discorde dele, de ser contra os Sindicatos. Na parte que me toca, é falso; e imagino que seja falso também na parte que toca muitos dos outros alvos da mesma acusação.

Não, não sou contra os Sindicatos. Estou filiado num e pago as minhas quotas. E entendo que um dos maiores crimes do neoliberalismo foi "partir a espinha" aos sindicatos, como fez Margaret Thatcher e como tentam fazer desde então todos os que se inspiram nela. E do que eu mais gostava era de ver o maior número possível de trabalhadores inscritos em Sindicatos fortes e independentes - aqui, na China, em todo o mundo.

Ser a favor dos Sindicatos não me obriga, porém, a ser a favor de tudo o que os Sindicatos fazem. E não tenho medo de dizer que estou frontalmente contra algumas actuações que os Sindicatos dos Professores, incluindo aquele a que pertenço, têm tido em Portugal. De algumas destas actuações já escrevi noutros posts; neste vou escrever sobre mais uma.

Durante décadas os Sindicatos habituaram-se a ser os únicos porta-vozes dos Professores; e, de posse deste monopólio, criaram filtros. Das opiniões e da vontade dos professores, só passava para a opinião pública aquilo que os Sindicatos queriam. E não deixavam passar, nomeadamente, quaisquer opiniões ou reivindicações que fossem contra a Pedagogia de Estado à qual a maioria dos pais, professores e alunos sempre se opuseram, mas com a qual as direcções sindicais estavam de acordo por ser, supostamente, uma pedagogia "de esquerda".

Ora acontece que a "Pedagogia de Estado" que vigora em Portugal não é necessariamente de esquerda. A direita mais reaccionária também contribuiu para a implantar, e não foi pouco. Do mesmo modo, as críticas que têm surgido a essa pedagogia não são necessariamente de direita - a não ser na opinião sectária de fjsantos. Muitas delas têm sido feitas por gente de esquerda, na qual me incluo, e sê-lo-ão cada vez mais à medida que se torne cada vez mais óbvio que essa pedagogia se articula muitíssimo bem com o projecto da direita de transformar as pessoas em meros "recursos humanos".

Já o disse aqui, e repito-o para que fique claro: quero ensinar, não quero "qualificar" (para usar uma expressão tão cara à Ministra). Quero formar pessoas, não quero fabricar "recursos humanos" (para usar uma expressão tão cara aos nossos empresários). Quero "liceus", pois claro - onde todos, repito, todos, tenham oportunidade de adquirir uma formação cultural, humanística, filosófica, científica e crítica que lhes crie resistências contra todas as manipulações ideológicas, venham elas de onde vierem: de governos, de partidos, de igrejas, de empresas, dos media, das centrais de propaganda. Não me resigno a ser um fabricante de mão-de-obra dócil, barata, e competente só naquilo que interessa ao patrão.

As circunstâncias em que os Sindicatos têm que funcionar mudaram muito em pouco tempo. Perderam o monopólio da comunicação entre os professores e a opinião pública. Nunca o vão recuperar. Agora têm que escolher: ou se adaptam a esta circunstância e se tornam, como eu desejo, mais fortes, ou não se adaptam e morrem. Mas para se adaptarem vão ter que pagar um preço muito alto: romper não só com o Memorando de Entendimento, mas também com quaisquer veleidades de intervenção em matéria de filosofia educativa.

Os factos são, como se sabe, teimosos. Mas deu-me a impressão, pelo discurso de Mário Nogueira, que os Sindicatos se começam a aperceber de alguns dos factos que apontei acima. Oxalá não me engane.

domingo, 9 de novembro de 2008

Atenção, que eles vão jogar sujo

O Ministério e as cúpulas sindicais (que eu não confundo com os Sindicatos) vão pôr as suas centrais de desinformação a funcionar a todo o gás para nos convencer que a Manifestação do dia 15 foi desconvocada.

Atenção, colegas: A MANIFESTAÇAO NÃO FOI DESCONVOCADA! Continua convocada para a Praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, no dia 15 de Novembro às 14:00.

Por favor divulguem.

No dia 15 é preciso que sejamos ainda mais

Para que a Ministra depois não possa vir dizer para a televisão que havia um "entendimento".

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Porque vou à manif do dia 15 e não à do dia 8

1. Porque a convocatória para a do dia 15 foi feita antes, e portanto a convocatória feita mais tarde para o dia 8 só pode ter tido o propósito de a esvaziar.

2. Porque não gosto que quem me representa tenha outras obediências e outros compromissos.

3. Porque a Plataforma Sindical tem medo que qualquer movimentação massiva que ela não controle crie as condições para que se funde uma Ordem dos Professores, eventualidade esta que os sindicatos nela filiados andam há décadas a tentar desesperadamente impedir.

4. Porque neste aspecto o que a Plataforma não quer coincide exactamente com o que eu quero.

5. E acima de tudo porque, quando olho para os nomes da gente da Plataforma, encontro demasiados "especialistas em educação" que andam há décadas a saltar das burocracias sindicais para a burocracia ministerial e da ministerial para as sindicais.

domingo, 2 de novembro de 2008

Miguel de Sousa Tavares

Miguel de Sousa Tavares anda por todo o lado a queixar-se amargamente de lhe terem atribuído uma frase que ele nunca escreveu: que os professores são os inúteis mais bem pagos do País. De facto não me recordo de alguma vez ter lido isto, escrito por ele; e estou disposto a acreditar que, de facto, nunca o escreveu.

Mas escreveu outras coisas. Uma delas, publicada no Expresso a 10 de Março de 2008 (dois dias depois da grande manifestação dos professores), está aqui, juntamente com a minha resposta.

Sete meses e meio depois, creio não ser imodesto pensar que os factos deram mais razão à minha resposta do que ao artigo dele. E estou com uma enorme curiosidade de ler o que ele vai escrever sobre as manifestações dos dias 8 e/ou 15 de Novembro.

Pode ser que se mantenha em silêncio - o que será, no caso, um silêncio eloquente. Quanto à calúnia, se calúnia é, deveria o próprio reflectir sobre a razão de ela se ter propagado tão facilmente.