Não para o actual, que foi nomeado pela troika e acredita piamente na flagelação e na penitência como caminho para o Paraíso neo-liberal. Mas para o que resultar das eleições previstas para a próxima primavera, se se realizarem (já há partidos que pedem o seu adiamento para 2013 como condição para aprovar mais austeridade).
O montante da dívida de guerra da Alemanha à Grécia é superior ao montante da dívida pública grega. Pode assim o Estado grego emitir títulos sobre a dívida alemã e dá-los em pagamento da sua própria dívida. Aos credores não será dado o direito de recusar: ou recebem os títulos pelo seu valor facial, ou a dívida é unilateralmente anulada pelo Estado grego em nome do Povo Soberano.
Os títulos que sobrarem serão colocados no mercado e vendidos pelo preço que este determinar, sendo o produto da venda aplicado num programa de investimentos públicos.
Problemas para a Grécia? Piores que os que ela já tem, é difícil.
2 comentários:
O problema não está numa questão entre países mas num monopólio bancário internacional que quer sugar todo o planeta. Angela Merkel é apenas um papagaio a soldo, tal como Lucas Papademos ou Passos Coelho.
Claro, Diogo, mas mesmo os papagaios a soldo precisam de bandeiras nacionais para criar uma ilusão de legitimidade. O Papademos nunca emitirá títulos sobre a dívida alemã porque está, como você muito bem diz, do mesmo lado que a Merkel e ao serviço dos mesmos interesses. Mas um governo resultante das próximas eleições, em que o centrão saia derrotado...
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