António Borges acaba de se afirmar como um dos pensadores mais originais da actualidade: merecedor, quem sabe, do Prémio Nobel da Economia. Respondeu a nada menos que uma das questões que mais dividem não só os portugueses, como a generalidade dos habitantes do planeta: Afinal quem é que "cria" (ou "produz", para sermos mais modestos) a riqueza?
Uma das respostas em confronto é que quem produz a riqueza são os empresários. E de facto: se ninguém empreendesse a produção, nada seria produzido.
A outra resposta é que quem produz a riqueza são os trabalhadores, e isto também faz sentido: se ninguém desse seguimento, pelo trabalho concreto, ao que os empresários empreendem, também nenhuma riqueza seria produzida.
António Borges desfaz este dilema mediante uma teoria cuja originalidade e arrojo nunca serão suficientemente enaltecidas: quem produz a riqueza não são nem os empresários nem os trabalhadores, mas sim os economistas. Aguardam-se novas declarações que desenvolvam esta tese, mas será de admitir que os maiores produtores de riqueza, entre os economistas, são aqueles que, como ele, se especializaram em elaborar produtos financeiros capazes de substituir a moeda nas transacções.
É certo que este processo de criação de riqueza se deparou, em 2007 / 2008, com um problema inesperado: a riqueza assim criada tem uma arreliadora tendência, como o ouro das fadas, para se dissolver no ar quando a luz do Sol incide sobre ela. Mas estou certo que resolvê-lo está ao alcance de gigantes intelectuais como António Borges.
E, quando estiver resolvido, o Mundo não precisará mais nem de empresários, nem de trabalhadores. Tudo aquilo que desejarmos ou de que precisarmos ser-nos-á fornecido gratuitamente pelo Goldman Sachs.
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Blogue sobre livros, discos, revistas e tudo o mais de que me apeteça escrever...
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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.
..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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domingo, 30 de setembro de 2012
domingo, 16 de setembro de 2012
Portas: Mudar Alguma Coisa para que Tudo Fique na Mesma
Paulo Portas, enfim, falou. Depois de realizada a manifestação do 15 de Setembro, cujos resultados havia naturalmente que ter em conta. E falou como um homem cujas palavras têm que ser entendidas a mais que um nível.
Quando um homem destes fala, a própria escolha do assunto é já de si uma mensagem. O assunto foi a TSU e só a TSU, e isto diz-nos desde logo que nada mais esteve em causa nas ruas e nada mais estará em causa no debate político do Orçamento de Estado. Dum só golpe, Portas tentou desarmar a rua, ao menos parcialmente, e armar o seu partido contra o parceiro de coligação.
E que nos disse Portas sobre a TSU? Que tinha discordado; que tinha proposto alternativas (ainda vamos ouvir falar muito delas, ou ele não se chame Paulo); mas que tinha optado por não lhe levantar obstáculos que pusessem em causa a coligação governamental. Também isto tem que ser entendido a dois níveis. A coligação mantém-se, para já, pelo beneplácito de Paulo Portas; e as medidas respeitantes à TSU, anunciadas como definitivas por Pedro Passos Coelho, são afinal susceptíveis, não só de meras "modulações", mas das mudanças que o evoluir da situação política nas instituições, nos partidos, na sociedade civil e na rua tornarem convenientes. As mudanças na TSU são a moeda com que Paulo Portas negociará: e negociará com todos os que vierem excepto Passos Coelho.
O tudo que fica na mesma é o não-dito. O silêncio de hoje é um manto que se estende sobre as manifestações de ontem. Que se lixe a troika? Queremos as nossas vidas? Sons sem sentido, ruído que esmorece. O futuro? A esperança que falta? Qual futuro, qual esperança. É a TSU, estúpidos!
O futuro é o regresso aos mercados. A esperança de "Portugal" é o regresso aos mercados. Se muitos dos manifestantes de ontem se estão nas tintas para os mercados, ou nem sequer sabem o que isso é; ou se param de ouvir ao ouvir "regresso" e imaginam que o que foi roubado será devolvido pela munificiência de Portas; ou se sabem muito bem o que é o regresso aos mercados mas preferem o regresso à decência - tudo isto é problema deles. Os que não puderem ser enganados terão que ser calados. Não é a decência, estúpidos. Não são os salários, estúpidos. Não é o estado social, estúpidos. Não são as pessoas, estúpidos. Não é a vossa vida, estúpidos.
É a troika. São os mercados. É o regresso aos mercados. O regresso aos mercados: é isto e só isto que Paulo Portas promete mesmo quando parece prometer muito mais. E promete sem prazo, naturalmente, para que a promessa nunca possa ser desmentida. É isto que tem que ficar na mesma. Custe o que custar. E se Passos Coelho não entender, a troika entenderá.
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Quando um homem destes fala, a própria escolha do assunto é já de si uma mensagem. O assunto foi a TSU e só a TSU, e isto diz-nos desde logo que nada mais esteve em causa nas ruas e nada mais estará em causa no debate político do Orçamento de Estado. Dum só golpe, Portas tentou desarmar a rua, ao menos parcialmente, e armar o seu partido contra o parceiro de coligação.
E que nos disse Portas sobre a TSU? Que tinha discordado; que tinha proposto alternativas (ainda vamos ouvir falar muito delas, ou ele não se chame Paulo); mas que tinha optado por não lhe levantar obstáculos que pusessem em causa a coligação governamental. Também isto tem que ser entendido a dois níveis. A coligação mantém-se, para já, pelo beneplácito de Paulo Portas; e as medidas respeitantes à TSU, anunciadas como definitivas por Pedro Passos Coelho, são afinal susceptíveis, não só de meras "modulações", mas das mudanças que o evoluir da situação política nas instituições, nos partidos, na sociedade civil e na rua tornarem convenientes. As mudanças na TSU são a moeda com que Paulo Portas negociará: e negociará com todos os que vierem excepto Passos Coelho.
O tudo que fica na mesma é o não-dito. O silêncio de hoje é um manto que se estende sobre as manifestações de ontem. Que se lixe a troika? Queremos as nossas vidas? Sons sem sentido, ruído que esmorece. O futuro? A esperança que falta? Qual futuro, qual esperança. É a TSU, estúpidos!
O futuro é o regresso aos mercados. A esperança de "Portugal" é o regresso aos mercados. Se muitos dos manifestantes de ontem se estão nas tintas para os mercados, ou nem sequer sabem o que isso é; ou se param de ouvir ao ouvir "regresso" e imaginam que o que foi roubado será devolvido pela munificiência de Portas; ou se sabem muito bem o que é o regresso aos mercados mas preferem o regresso à decência - tudo isto é problema deles. Os que não puderem ser enganados terão que ser calados. Não é a decência, estúpidos. Não são os salários, estúpidos. Não é o estado social, estúpidos. Não são as pessoas, estúpidos. Não é a vossa vida, estúpidos.
É a troika. São os mercados. É o regresso aos mercados. O regresso aos mercados: é isto e só isto que Paulo Portas promete mesmo quando parece prometer muito mais. E promete sem prazo, naturalmente, para que a promessa nunca possa ser desmentida. É isto que tem que ficar na mesma. Custe o que custar. E se Passos Coelho não entender, a troika entenderá.
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O 15 de Setembro, a vitória táctica e a viragem estratégica
Vozes respeitadas como a de José Adelino Maltez, Carlos Amaral Dias e Viriato Soromenho Marques referiram-se ao dia de ontem como um ponto de viragem política. Um "baptismo de cidadania", um "acto terapêutico", um regresso à política por parte dos seus actores mais legítimos. Da minha parte, seria abusivo basear-me nisto para falar duma viragem estratégica, tanto mais que não sei se as manifestações ou as suas convocatórias se determinaram por qualquer intencionalidade a este nível. Nem quero especular sobre a hipótese de qualquer estratégia implícita. O povo baralhou e deu de novo, o jogo está apenas a recomeçar, e agora compete-nos esperar para ver que novas estratégias serão delineadas e postas em prática, no futuro próximo, pelos diversos intervenientes.
É óbvio, porém, que as manifestações tiveram implicações tácticas imediatas, não só no palco nacional, mas também e sobretudo no europeu. Algumas correlações de forças foram modificadas, não só no plano partidário, mas no político e no económico; e o governo foi privado de um valioso instrumento político que lhe permitia colocar-se, não a reboque da troika mas na sua vanguarda, como um heróico rapazinho do tambor, rufando para toda a Europa os ritmos da austeridade. Este instrumento era a narrativa da docilidade portuguesa, apontada a espanhóis, italianos e gregos como exemplo a seguir. A mensagem agora é outra, e foi ouvida em todo o mundo: partir de agora não há bons alunos.
A guerra que hoje assola a Europa contém várias guerras. Uma destas (ou 17 destas, ou 27 destas) é a que as tecno-burocracias europeias e nacionais travam contra os povos soberanos. Com o 15 de Setembro, o povo soberano português tornou-se um pouco mais forte - ou, se quisermos ser cautelosos, um pouco menos fraco. E com isto tornaram-se um pouco mais fortes, e talvez um pouco mais unidos, os outros povos soberanos europeus.
Isto não é muito; e não podíamos esperar muito. Mas talvez seja o suficiente para que desta vitória táctica possam emergir outras tácticas, das quais algumas serão vitoriosas, outras não. E destas vitórias e derrotas emergirão, sem dúvida, estratégias.
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É óbvio, porém, que as manifestações tiveram implicações tácticas imediatas, não só no palco nacional, mas também e sobretudo no europeu. Algumas correlações de forças foram modificadas, não só no plano partidário, mas no político e no económico; e o governo foi privado de um valioso instrumento político que lhe permitia colocar-se, não a reboque da troika mas na sua vanguarda, como um heróico rapazinho do tambor, rufando para toda a Europa os ritmos da austeridade. Este instrumento era a narrativa da docilidade portuguesa, apontada a espanhóis, italianos e gregos como exemplo a seguir. A mensagem agora é outra, e foi ouvida em todo o mundo: partir de agora não há bons alunos.
A guerra que hoje assola a Europa contém várias guerras. Uma destas (ou 17 destas, ou 27 destas) é a que as tecno-burocracias europeias e nacionais travam contra os povos soberanos. Com o 15 de Setembro, o povo soberano português tornou-se um pouco mais forte - ou, se quisermos ser cautelosos, um pouco menos fraco. E com isto tornaram-se um pouco mais fortes, e talvez um pouco mais unidos, os outros povos soberanos europeus.
Isto não é muito; e não podíamos esperar muito. Mas talvez seja o suficiente para que desta vitória táctica possam emergir outras tácticas, das quais algumas serão vitoriosas, outras não. E destas vitórias e derrotas emergirão, sem dúvida, estratégias.
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Austeridade como Arma na Luta de Classes
Já passou tempo suficiente para que quem tinha dúvidas deixe de as ter: a austeridade não é uma estratégia para relançar a economia. É uma estratégia com outros objectivos: resgatar os bancos, sobretudo os alemães, que provocaram a crise, permitindo-lhes transferir para os contribuintes europeus os prejuízos em que incorreram antes de 2008; perpetuar esta crise e utilizá-la como arma do poder contra a sociedade; destruir as classes médias e o estado social; e transformar os países periféricos da Europa numa zona de trabalho "ultra-low-cost", que permita aos países do centro concorrer com a Ásia e ao mesmo tempo pressionar para baixo os salários que eles próprios praticam.
Quem ainda há poucos anos assistia, atónito e indignado, às políticas da fome usadas contra os povos africanos pelos Senhores da Guerra, dificilmente acreditará nos seus olhos quando vê políticas semelhantes usadas contra os europeus por senhores respeitáveis com gravatas de seda italianas e doutoramentos em Economia.
A
austeridade como estratégia contra a sociedade não pode ser
compreendida nem combatida no âmbito exclusivo das políticas nacionais. O
seu âmbito é europeu e, em última instância, mundial. A título de
exemplo: a obstinação de Angela Merkel em obrigar os trabalhadores do
Sul da
Europa a cobrir as perdas
especulativas dos bancos - autorizando-os a pedir empestado ao BCE a 1%
ou menos, para depois emprestar aos governos a juros usurários que
inviabilizam o investimento público - encontrará menos obstáculos numa
eventual Administração Romney do que na actual Administração Obama, que
mantém sobre os bancos europeus um olhar vigilante.
Compreender
a estratégia austeritária num contexto europeu e mundial não significa,
porém, que não devamos exigir à classe política portuguesa que nos
preste as devidas contas. Compreende-se que o governo dum pequeno país
tenha a sua margem de acção severamente limitada por circunstâncias
externas que não controla. O que não se compreende nem perdoa é a
colaboração voluntária e activa do governo português, vagamente
justificada por opções ideológicas mal digeridas, com interesses hostis a Portugal e aos portugueses.
Colaboracionismo é uma feia palavra, mas é a palavra exacta para
designar as políticas económicas de Pedro Passos Coelho e do seu
governo. É por isso que as responsabilidades com que nos cabe
confrontá-lo não são apenas políticas, mas também criminais. Não basta
que a junta golpista em que este governo se transformou saia do poder: é
preciso que não saia dele para uma dourada impunidade.
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Compreender a estratégia austeritária num contexto europeu e mundial não significa, porém, que não devamos exigir à classe política portuguesa que nos preste as devidas contas. Compreende-se que o governo dum pequeno país tenha a sua margem de acção severamente limitada por circunstâncias externas que não controla. O que não se compreende nem perdoa é a colaboração voluntária e activa do governo português, vagamente justificada por opções ideológicas mal digeridas, com interesses hostis a Portugal e aos portugueses.
Colaboracionismo é uma feia palavra, mas é a palavra exacta para designar as políticas económicas de Pedro Passos Coelho e do seu governo. É por isso que as responsabilidades com que nos cabe confrontá-lo não são apenas políticas, mas também criminais. Não basta que a junta golpista em que este governo se transformou saia do poder: é preciso que não saia dele para uma dourada impunidade.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Um golpe de estado económico é um golpe de estado tout court
Na Grécia demitiram um primeiro-ministro por ousar falar em referendo e puseram em seu lugar um homem de mão da Goldman Sachs. Na Itália moveram com toda a facilidade um primeiro-ministro inamovível e substituiram-no por outro membro da mesma associação de malfeitores.
Em Portugal, onde as eleições puseram na chefia do governo um senhorito deslumbrado pela vertigem radical do neo-liberalismo, enquadraram-no não por um, mas por dois acólitos da seita: Vítor Gaspar e António Borges.
O problema era o défice, disse a troika - também ela governada a partir de Wall Street. E era a dívida pública, e a privada, e a despesa. E a produtividade, mas essa podia ficar para mais tarde: para os amanhãs que cantam.
A solução era a austeridade, mesmo que tivesse que ser aplicada em período de recessão. O objectivo era mudar de políticas para que os problemas diagnosticados fossem resolvidos. Mas o tempo passou e os problemas agravaram-se. Era preciso insistir, disseram-nos. E insistiu-se. E os problemas continuaram a agravar-se. E os portugueses começaram a ler os economistas, e começaram a dar-se conta que os problemas se continuariam sempre a agravar porque a sua causa principal estava nos remédios utilizados - segundo a seita - para os resolver.
A única mudança que se sentiu - que se sentiu mesmo, com os olhos e os ouvidos e a pele de cada um - foi na situação dos trabalhadores por conta de outrem. E foi uma mudança para pior. Começou-se com os funcionários públicos, passou-se depois ao sector privado, aos reformados, aos pensionistas, e sempre no mesmo sentido: reduzir e precarizar rendimentos, enfraquecer o Estado Social.
Até que se ultrapassou uma fronteira. Pedro Passos Coelho, há três dias, e hoje Vítor Gaspar, disseram finalmente ao que vinham. Não era à redução do défice, que aumenta, não era à redução do desemprego, não era ao aumento da produtividade. Tratava-se tão-só de reduzir salários - o mais possível e o mais permanentemente possível - de precarizar vidas e de transferir riqueza de quase toda a gente para um único beneficiário: a oligarquia financeira e rentista que nunca perdoou o 25 de Abril.
Francisco Louçã falou num golpe de estado económico. Mas um golpe de estado económico nunca é só económico, porque uma transferência de riqueza desta magnitude não se pode fazer sem uma correspondente transferência de poder. No fim de semana passado o regime político mudou em Portugal. Sem consentimento dos portugueses.
Pedro Passos Coelho já não é o primeiro-ministro da República Portuguesa. É o cabecilha duma junta golpista que usurpou o poder a partir do momento em que ousou "contornar" o Tribunal Constitucional. Não lhe devemos obediência, mas resistência. A qualquer custo.
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Em Portugal, onde as eleições puseram na chefia do governo um senhorito deslumbrado pela vertigem radical do neo-liberalismo, enquadraram-no não por um, mas por dois acólitos da seita: Vítor Gaspar e António Borges.
O problema era o défice, disse a troika - também ela governada a partir de Wall Street. E era a dívida pública, e a privada, e a despesa. E a produtividade, mas essa podia ficar para mais tarde: para os amanhãs que cantam.
A solução era a austeridade, mesmo que tivesse que ser aplicada em período de recessão. O objectivo era mudar de políticas para que os problemas diagnosticados fossem resolvidos. Mas o tempo passou e os problemas agravaram-se. Era preciso insistir, disseram-nos. E insistiu-se. E os problemas continuaram a agravar-se. E os portugueses começaram a ler os economistas, e começaram a dar-se conta que os problemas se continuariam sempre a agravar porque a sua causa principal estava nos remédios utilizados - segundo a seita - para os resolver.
A única mudança que se sentiu - que se sentiu mesmo, com os olhos e os ouvidos e a pele de cada um - foi na situação dos trabalhadores por conta de outrem. E foi uma mudança para pior. Começou-se com os funcionários públicos, passou-se depois ao sector privado, aos reformados, aos pensionistas, e sempre no mesmo sentido: reduzir e precarizar rendimentos, enfraquecer o Estado Social.
Até que se ultrapassou uma fronteira. Pedro Passos Coelho, há três dias, e hoje Vítor Gaspar, disseram finalmente ao que vinham. Não era à redução do défice, que aumenta, não era à redução do desemprego, não era ao aumento da produtividade. Tratava-se tão-só de reduzir salários - o mais possível e o mais permanentemente possível - de precarizar vidas e de transferir riqueza de quase toda a gente para um único beneficiário: a oligarquia financeira e rentista que nunca perdoou o 25 de Abril.
Francisco Louçã falou num golpe de estado económico. Mas um golpe de estado económico nunca é só económico, porque uma transferência de riqueza desta magnitude não se pode fazer sem uma correspondente transferência de poder. No fim de semana passado o regime político mudou em Portugal. Sem consentimento dos portugueses.
Pedro Passos Coelho já não é o primeiro-ministro da República Portuguesa. É o cabecilha duma junta golpista que usurpou o poder a partir do momento em que ousou "contornar" o Tribunal Constitucional. Não lhe devemos obediência, mas resistência. A qualquer custo.
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