Imaginemos - sonhar não custa - que um futuro governo português decidia nacionalizar toda a banca privada. Naturalmente, fá-lo-ia no escrupuloso respeito pelo direito à propriedade, isto é, pagaria por cada banco o seu valor de mercado. E naturalmente deduziria desse valor aquilo que cada banco já custou, desde a sua fundação, aos contribuintes portugueses.
O saldo a pagar seria em muitos casos muito baixo, noutros casos nulo, e noutros até negativo: para receber na totalidade ou em parte os valores de que ficaria credor, o Estado teria de responsabilizar pessoalmente os gestores actuais ou passados, bem como os responsáveis políticos actuais ou passados, cujas decisões tivessem contribuído, sem cobertura legal suficiente, para os saldos negativos detectados.
É de esperar que a maior parte desta dívida da banca ao Estado tivesse que ser eliminada por impossibilidade de prova ou por prescrição. Mas mesmo assim a situação financeira do Estado e dos contribuintes registaria uma enorme evolução positiva.
Se isto não se faz, não é por impossibilidade legal, moral, técnica ou económica. É por vontade política e cegueira ideológica por parte das extremas-direitas neoliberais que governam Portugal e a União Europeia. É por isso que é vital que os europeus votem massivamente nos partidos mais à esquerda do espectro político, reformando radicalmente os "arcos do poder" que se têm degradado a olhos vistos em "arcos da corrupção".
Não vamos estar à espera dos outros para fazer isto. De Portugal cuidam os portugueses. E qualquer passo nesta direcção, por pouco poderoso que seja o país que o der, terá repercussões à escala da União Europeia numa proporção muito superior à da simples relação de forças.
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1 comentário:
Pode ir sonhando. Nem em países mais evoluídos se acredita que possa acontecer uma coisa dessas.
Aliás, um povo que vota em ladrões merece ser roubado.
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