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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Programas eleitorais

Na Alemanha, o Partido Social-Democrata propõe-se desmantelar a pouco e pouco a escola a tempo inteiro; em Portugal, o Partido dito Socialista ufana-se de a ter instituído. Na Alemanha, o Partido Social-Democrata quer sujeitar a impostos as operações bolsistas e os movimentos de capitais, acabar com os paraísos fiscais e fazer reviver a tradição alemã de envolvimento dos trabalhadores na gestão das empresas; em Portugal, estas propostas "extremistas" e "radicais" ficam a cargo do Bloco de Esquerda.

As eleições são no mesmo dia em Portugal e na Alemanha. Na Alemanha, prevê-se uma subida significativa da Esquerda; em Portugal também, se pudermos considerar de esquerda o Partido Socialista. Ou, com alguma sorte, mesmo que não possamos.

6 comentários:

Eduardo Miguel Pereira disse...

Então, espero que seja com alguma sorte ...

Anónimo disse...

Espero a derrota do PS. Com o meu voto não conta...

Daniel disse...

E qual é alternativa do SPD às escolas com horário alargado?

Diminuição das jornadas de trabalho?

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Daniel, o cumprimento efectivo dos horários de trabalho já é um bom começo - e na Alemanha cumprem-se: nem a direita mais reaccionária ousa dizer que há hora para entrar mas não há hora para sair.

Uma boa continuação é a existência de salários suficientemente elevados para que uma família possa sobreviver decentemente só com o trabalho de um dos seus membros (ou acha que a maior presença das mulheres portuguesas no mercado de trabalho indica que são mais emancipadas que as alemãs?)

Outra passo no mesmo sentido são os abonos de família suficientemente elevados para remunerar efectivamente a parentalidade (que produz capital social e deve portanto ser remunerada).

A responsabilização efectiva dos pais também ajuda: quando a autoridade não aceita a pressão do trabalho como desculpa para a negligência parental, as pessoas arranjam maneira de conciliar trabalho e família, nem que para isso tenham que confrontar o empregador. E este, por sua vez, sabe que tem que dar aos seus empregados uma margem de vida privada, porque se os despedisse enfrentaria o mesmo problema com quem os viesse substituir.

A existência de estruturas não escolares que acolham as crianças e os jovens - desportivas, culturais, artísticas e outras - é mais uma achega.

Um urbanismo racional e uma melhor segurança nas ruas torna mais praticável que as crianças e os jovens comecem a gozar mais cedo duma mobilidade autónoma: o percurso entre a casa e a escola é feito a pé, de bicicleta ou nos transportes públicos sem que a criança se arrisque a ser assaltada, atropelada ou violada. Claro que isto exige bons transportes, uma boa rede de ciclovias, policiamento eficaz...

Alguém disse que para cada problema há uma solução simples, evidente, intuitiva e errada. A escola a tempo inteiro cabe maravilhosamente nesta categoria. É política estilo taxista no seu melhor.

Daniel disse...

Estamos muito distantes dessa realidade.

Os portugueses vêem-se obrigados a trabalhar cada vez mais.

Curioso que em Portugal ninguém reivindica essas condições de vida.

Nan disse...

Pois não. Em Portugal só reivindicamos que o nosso vizinho tenha condições de vida pelo menos tão más como as nossas. Se puder ser pior, então ainda melhor, passe o paradoxo!