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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Viva a Ordem dos Advogados

O Tribunal da Relação absolveu Domingos Névoa, apesar de dar como provados os actos de que era acusado. Para chegar a esta decisão, utilizou um raciocínio legal especioso e rebuscado que, se fizer escola, levará a que nunca mais nenhum corrupto seja condenado em Portugal. Isto, pouco depois de outro tribunal, com base noutro raciocínio igualmente especioso, ter condenado o denunciante, que nunca disse outra coisa que não fosse a verdade, a pagar uma indemnização ao criminoso.

O denunciante queixou-se publicamente desta condenação, como era seu direito. Foi, porém, muito mais veemente na crítica que fez, dias depois, à absolvição do Névoa - crítica esta que qualquer cidadão de bem subscreveria depois de ver na televisão o sorriso alvar do sujeito, todo orgulhoso da sua impunidade.

Não posso acreditar - não quero acreditar - que o poder judicial português esteja activamente empenhado em proteger os corruptos e em punir quem os combate. Já me basta e sobra ter esta desconfortável certeza no que toca os grupos parlamentares do PS e do PSD. Mas a única explicação alternativa que consigo imaginar para estas decisões judiciais é o prazer intelectual perverso de alguns magistrados em defender o indefensável, porventura na convicção de que é isto que os torna "doutos".

E, perante isto, o que faz a Associação Sindical dos Juízes? Pede desculpa à sociedade civil, que clama em vão por justiça? Não: pede a extinção da Ordem dos Advogados. Se alguém tem dúvidas sobre a utilidade das Ordens Profissionais para a sociedade civil, esta reacção sindical - corporativa no pior sentido da palavra - ajudará poderosamente a dissipá-las.

6 comentários:

Josefina Maller disse...

O que se passou foi a maior das vergonhas. Eu já não acrteditava na justiça, mas tinha uma pontinha de esperança de que as coisasa pudessem melhorar. Depois desta, o meus descrédito é total e absoluto. É a corrupção a abrir caminho para se instalar de vez.

Eduardo Miguel Pereira disse...

É o bater no fundo que só pode trazer resultados deveras preocupantes.
Já estivémos mais longe de nos depararmos com situações de justiça com as próprias mãos, ou de casos de justiça popular.
E quem sabe, não seja por aí, pelo medo, pela revolta, que se pode voltar a colocar nos eixos esta escumalha que nos (des)governa ?

Anónimo disse...

Esta notícia veio a público com “timing”: o 25 de Abril! Que para mim é uma das manobras de diversão menos eficaz, porque faz com que quase toda a gente reflicta um pouco sobre a causa comum e até o bem-estar social. Ao condenar a vítima, é aberto não só um precedente como também um incentivo a ambas as partes envolvidas em actuais e futuros casos deste género. Não é a justiça que é cara, é a consulta aos tribunais que custa uma fortuna. Um exemplo destes apenas fará com que gente competente, num futuro próximo, não se aproxime da política.
Não resisto a fazer uma piada: por este andar o país vai ficar entregue a Deus. (ou à justiça Divina?)

setora disse...

Ausência por trabalho ou por falta de saúde?
Se pela segunda razão, força e votos de rápido restabelecimento.

bulimundo disse...

Sim e isto? Descodifiquem esta alarvidade contida no despacho da organização do calendário escolar do próximo ano..
http://bulimunda.wordpress.com/2010/06/26/amas-secas-e-o-que-faz-de-nos-o-novo-estatuto-da-carreira-docente/

Anónimo disse...

O que se passará com o José Luiz Sarmento? Estranho tão longa ausência. Se for por motivos de doença desejo-lhe rápidas melhoras.

Nina