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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Adam Smith não era "economicista"

Traduzo e cito Karl Polanyi:

'Adam Smith, é verdade, tratou a riqueza material como um campo de estudo isolado; o facto de ter feito isto com um grande sentido de realismo fez dele o fundador duma nova ciência, a economia. Apesar disso, a riqueza era para ele meramente um aspecto da vida em comunidade, aos propósitos da qual continuava subordinada; era um instrumento utilizado pelas nações na sua luta pela sobrevivência na História e não podia ser dissociada delas. No seu entender, um dos conjuntos de condições que governavam a riqueza das nações derivava do estado de progresso, estagnação ou declínio do país no seu todo; outro conjunto derivava da supremacia da segurança e da previsibilidade, assim como das necessidades atinentes ao equilíbrio do poder; ainda outro era proporcionado pelas políticas do governo que favoreciam o campo ou a cidade, a indústria ou a agricultura; era portanto apenas no contexto de um dado quadro político que ele entendia possível formular a questão da riqueza, pela qual entendia o bem-estar material da "grande maioria do povo". Não há nenhuma sugestão na sua obra de que os interesses económicos dos capitalistas devam determinar as leis da sociedade; nenhuma sugestão de que eles sejam os porta-vozes seculares duma providência divina que governa o mundo económico como uma entidade separada. A esfera económica, com ele, ainda não está sujeita a leis próprias que nos forneçam um critério do bem e do mal.'

Polanyi, Karl. The Great Transformation: The Political and Economic Origins of our Time. 1944. Boston: Beacon Press, 2001

1 comentário:

Capitão de Rebordelo disse...

Adam Smith e David Ricardo estão no limbo entre o Capitalismo Mercantil e o Capitalismo Industrial e defendendo o Desenvolvimento da Revolução Industrial da Inglaterra em detrimento do desenvolvimento rural de outros países (não é por acaso que na comparação do desenvolvimento económico entre nações, os autores referem Ingaterra e Portugal).
O verdadeiro modelo do capitalismo aparece posteriormente com a escola austríaca dos Marginalistas.