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The aim of life is appreciation; there is no sense in not appreciating things; and there is no sense in having more of them if you have less appreciation of them.


..........................................................................................................Gilbert Keith Chesterton
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quinta-feira, 13 de março de 2008

"Ministério da Educação" porquê?

Educar é uma tarefa vasta e variada. Implica formar o gosto, moldar a opinião, firmar valores, exercitar a memória, agilizar o raciocínio, fornecer informação. Só uma parte da educação resulta de um propósito educativo. A outra parte, a maior, é um subproduto de outros propósitos: informativos, propagandísticos, lúdicos, etc.

Como assinala O Bengalão no texto que transcrevi, as escolas não são, mesmo no seu conjunto, o único nem o principal agente educativo. Há aspectos da educação em que não podem competir com a televisão ou com a internet, e há aspectos em que não devem competir com as famílias. Seria portanto sensato que se concentrassem nas tarefas educativas que nem as famílias, nem os media, nem as outras instituições do Estado ou da Sociedade civil estão em condições de desempenhar. Ou seja, e para usar uma linguagem que os nossos governantes possam entender: as escolas deviam concentrar-se no seu core business.

O que as escolas fazem melhor que ninguém, se as deixarem, é ensinar. Se não forem elas a ensinar Latim, Filosofia, Literatura, Gramática, Matemática, Lógica; se não forem elas a treinar os jovens no método científico e no pensamento racional, mais ninguém o fará. É esta a tarefa central das escolas; é este o núcleo irredutível da deontologia docente.

Portugal não precisa para nada de um Ministério da Educação. Útil seria uma outra estrutura, muitíssimo mais leve: um Ministério da Instrução Pública.

Este projecto seria menos ambicioso? Sem dúvida. Mas seria mais modesto, mais honesto, mais realista, mais exequível e mais democrático do que a monstruosa geringonça totalitária que se propõe moldar e dirigir todos os aspectos da vida a partir da 5 de Outubro. E se o adoptássemos obteríamos, por acréscimo, um bem que tanta falta nos faz: um critério simples, objectivo e racional para avaliar as escolas e os professores.

2 comentários:

RioDoiro disse...

Excelente, meu caro.

Esse peditório, pelo meu lado, brotou há um ano:

http://range-o-dente.blogspot.com/2007/04/bebedeiras-em-cascata.html

Cumprimentos com chapelada,
RoD

Anónimo disse...

Isso diz há muito tempo a minha mãe,agora nos seus provectos e sábios 75 anos. "A educação cabe aos pais; os professores podem e devem complementá-la, mas cabe-lhes outras funções". Absolutamente de acordo. Devíamos era insistir nisso e escrever por nosso punho: a carta dos nossos princípios e funções profissionais e deontológicas. É imoral exigirem-nos a "excelência" de obras que não podem ser nossas.